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NOTÍCIA DO DIA

SENADOR DELCÍDIO DO AMARAL LÍDER DO PT FOI PRESO NESTA QUARTA (25)

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Saloá MCO ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki informou nesta quarta-feira (25) que a Procuradoria-Geral da República relatou, em documento enviado à corte, que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), ofereceu R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada ou, se o fizesse, não citasse o parlamentar. A PGR afirma que parte dos valores prometidos a Cerveró, preso na Operação Lava Jato, seriam repassados à família do ex-diretor da Petrobras a partir de honorários advocatícios pagos pelo dono do banco BTG Pactual, André Esteves, ao advogado Edson Ribeiro. O senador também teria prometido a Ribeiro, segundo o documento da PGR, mais R$ 4 milhões em honorários advocatícios.

Delcídio foi preso na manhã desta quarta m Brasília pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato por supostamente estar agindo para atrapalhar as investigações. Nesta quarta, a Policia Federal fez buscas na casa e no gabinete do senador. Além de Delcídio, também foram presos pela PF o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, e o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira. Há também mandado de prisão do advogado Édson Ribeiro, que defendeu Cerveró. Como ele está nos Estado Unidos, a PF pediu ao STF a inclusão do nome dele no alerta vermelho da Interpol.

Zavascki leu nesta quarta em sessão da segunda turma do tribunal o relatório da PGR que serviu de base para os pedidos de prisão. Em diversos trechos, o relatório da PGR aponta tentativas de Delcídio de “embaraçar as investigações”. Fala em “atuação concreta e intensa” do senador e do banqueiro para evitar a delação premiada de Nestor Cerveró, “conduta obstrutiva” e “tentativa de interferência política em investigações judiciais”. A PGR teve acesso a gravações realizadas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, de duas reuniões recentes – realizadas em 4 e 19 de novembro – com a participação de Delcídio do Amaral e André Esteves.

Pagamento mensal: Sobre o acordo de pagamento mensal à família de Cerveró, o documento enviado por Janot ao STF traz trecho de uma conversa entre Delcídio, o advogado Edson Ribeiro e o filho do ex-diretor da Petrobras. Para Janot, com a conversa, fica “induvidoso que essas pessoas não estão medindo esforços para influir nos itinerários probatórios da Operação Lava Jato”. “Só pra colocar. O que que eu combinei com o Nestor que ele negaria tudo com relação a você [Delcídio] e tudo com relação ao (…). Tudo. Não é isso?”, questiona o advogado Edson Ribeiro.

“Tá acertado isso. Então não vai ter. Não tendo delação, ficaria acertado isso. Não tendo delação. Tá? E se houvesse delação, ele também excluiria”, complementa. “É isso”, confirma o senador. “E aí a gente encaminha as coisas conforme o combinado. Vê como é que vai ser a operação de que jeito contratualmente, aquilo tudo que eu conversei com você”, diz. Ao final da conversa, Delcídio se refere ao filho de Cerveró e afirma: “Bernardo, esse é o compromisso que foi assumido, né? E nós vamos honrar”.

Influenciar julgamentos: Segundo a Procuradoria, Delcídio também prometeu a Cerveró influir em julgamentos no STF para ajudá-lo. O senador disse que falaria com o vice-presidente da República, Michel Temer, e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Também prometeu, segundo a PGR, falar com os ministros do STF Teori Zavascki, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin. O objetivo seria soltar Cerveró a partir de um habeas corpus e também anular a delação premiada de outro ex-diretor, Paulo Roberto Costa, o que anularia boa parte das provas já colhidas na Lava Jato.

No pedido de prisão enviado ao STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot transcreve trechos das conversas de Delcídio do Amaral com o filho de Nestor Cerveró. Em um dos trechos, o senador diz que precisa “centrar fogo no STF”, referindo-se a ministros com quem teria conversado para tentar blindar o ex-diretor da Petrobras. “Eu acho que nós temos que centrar fogo no STF agora, eu conversei com o Teori [Zavascki], conversei com o [Dias] Toffoli, pedi para o Toffoli conversar com o Gilmar [Mendes], o Michel [Temer] conversou com o Gilmar também, porque o Michel tá muito preocupado com o [Jorge] Zelada, e eu vou conversar com o Gilmar também”, disse Delcídio.

“O presente caso apresenta linha de muito maior gravidade. O parlamentar não está praticando crimes qualquer, está atentando contra a própria jurisdição do Supremo Tribunal Federal”, disse Teori Zavascki.

Fuga pelo Paraguai: A Procuradoria citou uma gravação na qual Delcídio discutiu meios de rota para Cerveró deixar o país, em caso de o STF conceder habeas corpus para o ex-diretor da Petrobras.
Na rota prevista por Delcídio, Cerveró iria, primeiro, para o Paraguai e depois viajaria para a Espanha.
Em trecho da conversa entre Delcídio e o filho de Cerveró, o petista afirma que o “foco” deve ser tirar o ex-diretor da Petrobras da prisão. “Agora a hora que ele sair tem que ir embora mesmo”, sugere o senador.

Logo depois, o filho de Cerveró diz ao petista que estava pensando em uma rota de fuga pela Venezuela e que o “melhor jeito” seria fugir em um barco. Pouco depois, Delcídio sugere, então, que a melhor rota de fuga seria pelo Paraguai. “Tem que pegar um Falcon 50 [modelo de avião], alguma coisa assim. Aí vai direto, vai embora. Desce na Espanha”, afirma Delcídio. “Falcon 50, o cara sai daqui e vai direto até lá”, complementa. Senador aguarda advogado: Procurada, a assessoria do senador informou que o advogado dele, Maurício Leite, recebeu uma ligação do Delcídio e embarcou de São Paulo para Brasília para acompanhar o caso.

O G1também procurou a Presidência da República, e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem. Por meio de nota, o BTG Pactual disse estar “à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e vai colaborar com as investigações.” Agora, segundo Zavascki, os autos do processo do senado serão enviados em até 24 horas ao Senado para que a casa delibere, conforme prevê a Constituição Federal, sobre a manutenção da prisão do parlamentar. Fonte: G1.com

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